segunda-feira, 7 de março de 2016

Uso dos porquês


     1.  Por que – implícita a palavra “motivo”.

Exs.:
Não sei por que (motivo) ele deixou o emprego.
Gostaria de saber por que (motivo) você não foi.
Por que (motivo) você anda tão desanimada?
Por que (motivo) não desiste dessa aventura maluca?
Por que (motivo) você não olha pra mim?

Também se separa quando é igual a “pelo qual”
Exs.:

Qual é o ideal por que (pelo qual) vocês lutam? (quem luta, luta por) que – pronome relativo

Os caminhos por que (pelos quais) eu passei foram difíceis. (quem passa, passa por) que – pronome relativo.

2.   2.  Por quê – implícita a palavra “motivo” no final de frase.

Exs.:

Parou por quê? (motivo)
Toda vez que pergunto recebo a mesma resposta, mas ainda continuo entender por quê?
Você está aqui por quê?
A obra foi interrompida por quê?

      3.Porquê – usado como substantivo, precedido de determinante.

Exs.:

Indaga-se, em vão, o porquê de tantas experiências.
Ninguém atinava o porquê daquela decisão.
Sem qualquer porquê, ele se foi.  (qualquer é o determinante)
Querem saber, certamente, o porquê da minha atitude.

      4.Porque – é um conjunção de valor explicativo ou causal e pode ser substituído por (pois, já que).

Exs.:

Pensem bem, porque (=pois) é difícil enganar-se.
Você não foi porque (=pois) estava chovendo.
Talvez estejam faltando recursos, porque (= pois) a obra foi interrompida.
Vá cedo ao teatro, porque (=pois) há poucos lugares.

 Lista de exercícios

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terça-feira, 1 de março de 2016

Crase sem crise!

        A língua portuguesa é cheia de regras e o fenômeno da crase não é exceção. Mas, o que pode parecer um bicho de sete cabeças é mais fácil do que se possa imaginar, basta seguir algumas dicas simples de substituição e entender o porquê de sua ocorrência. 

        Antes de despejar um caminhão de regras devemos ver alguns conceitos simples:

1) O nome do acento é grave ou acento indicador de crase (`). Crase (nome de origem grega) é o nome que se dá à fusão do artigo a com a preposição a

2) A crase ocorre, em sua maioria, diante de nomes femininos. Sim! Pode ocorrer diante de nomes masculinos como veremos adiante. 

3) Uma maneira fácil para descobrir se há crase é substituir o termo feminino por um masculino. Se o a se transformar em ao, há crase. 

Exemplos: 

Vi a praia. (= Vi o cinema) 

Fui à praia. (=Fui ao cinema)

        Nota-se que quando há substituição por nome masculino, o termo a transforma-se em ao apenas no segundo exemplo. Isso ocorreu porque o verbo IR pede preposição e a palavra praia é feminina singular, pedindo o artigo. Portanto, a união da preposição a com o artigo definido a singular, é requisito para a ocorrência da crase. 

        Usando somente essa dica já é possível usar corretamente o acento grave. Observe outros exemplos:

1) Emprestei uma blusa a uma amiga. (= Emprestei uma blusa a um amigo.)

        Note que ao substituir "a uma amiga" por um correspondente masculino, não ocorreu a transformação de a para ao, portanto, não há acento grave. Note também que o que vem após o é um artigo indefinido (uma) e, como sabemos, para ocorrer a crase é necessária a presença de duas letras A. 

2) A crase sempre ocorrerá diante de nome feminino. Correto? Não! Observe o exemplo:

Ela foi promovida a diretora. 

Substituindo: Ele foi promovido a diretor. 

Note que o A continuou sendo A, portanto, não ocorre crase. 

3) Pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aquilo. Devem ser substituídos por:

aquele - este
aquela - esta
aquilo - isto 

Exemplo: Comprei aquele livro. (= Comprei este livro.)

Refiro-me àquele livro. (= Refiro-me a este livro.)

        No segundo exemplo a troca de aquele por este passou a acompanhado por uma preposição: (a + aquele, nesse caso, há acento grave). 

4) Locuções adverbiais femininas que expressam a ideia de tempo, modo e lugar levam acento. 
Exemplos:

Às vezes chegamos mais cedo à escola.
Ele terminou a prova às pressas, pois já passava do horário.
5) Existe um caso em que o acento indicador de crase pode surgir antes de uma palavra masculina. Isso acontecerá quando a expressão “à moda de” estiver implícita na frase. Observe o exemplo:
Ele cantou a canção à Roberto Carlos. (Ele cantou a canção à moda de Roberto Carlos).
6) Outros casos:

A)

O evento foi de 20 a 24 de janeiro.
De segunda a sexta.
Das 8h às 18h. 
Desconto de 15% a 70%. 

        Nesses exemplos, há crase apenas no terceiro exemplo porque ocorreu o que se chama de paralelismo, isto é, preposição de + a no início mais a artigo a no final. 

B)

        Topônimos (nomes de lugares) - podemos utilizar a famosa regrinha: "se vou a, volto da, crase há", "se vou a, volto de, crase para quê?". 

Exemplos: 

Seja bem-vindo a Fortaleza.  (quem vai a Fortaleza, volta de Fortaleza, não há crase)

Regressou à Inglaterra dois anos depois. (quem vai à Inglaterra, volta da Inglaterra, há crase). 


        Após essas dicas básicas, vale a pena dar uma olhadinha nesse blog que possui uma explicação completa para você se tornar um mestre na ocorrência da crase.

https://jpportugues.wordpress.com/tag/crase/

Exercícios 

http://rachacuca.com.br/quiz/58989/exercicios-de-crase/

http://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/exercicios-resolvidos-de-portugues/crase

Questões de concursos 

https://vintequestoestododia.wordpress.com/2014/11/18/20-questoes-de-crase-bateria-1/

Bem-vind@s!

       Após muitos anos atuando na área de língua estrangeira, mais especificamente espanhol, decidi dar especial atenção a meu idioma nativo, a língua portuguesa. 

      Esse espaço será uma espécie de diário para realizar anotações dos conteúdos que irei revisar visando à aprovação em concursos para o magistério ou outros cujo foco seja o idioma título desse blog. 

      Minha intenção não é torná-lo público, porém, caso alguém o acesse, sinta-se à vontade para utilizar as dicas e fazer perguntas.